Marcadores

Santos (15) jantar (12) almoço (11) delivery (6) frutos do mar (4) boteco (3) carne (3) histórias (3) pizza (3) São Paulo (2) amigos (2) bom e barato (2) comida caseira (2) japonês (2) arabe (1) artigo (1) café (1) chopp (1) furada (1) italiano (1) notícia (1) quilo (1) turismo (1)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Velhos caminhos

Caros,

Passei muito rapidamente pela experiência de estar do lado de dentro do balcão.
Infelizmente não vou continuar.
Ao menos por enquanto, não terei esse prazer.
A responsabilidade me puxou para fora.
Ser três já é difícil, mas quatro não foi possível para mim.
Além do que, o dia que voltar, provavelmente será sozinho e não em parceria.
Assim, em breve espero estar postando por aqui novamente.

Abraços.

Ranieri.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Novos caminhos

Caros amigos,

Àqueles que derem uma passada de olhos nesse Blog logo verão que sou uma pessoa que gosta MUITO de gastronomia.

Por puro prazer, já cheguei até a fazer a faculdade de gastronomia, que parei no meio em razão de outros projetos de vida.

Sempre gostei do clima de bares e restaurantes.
Adoro cozinhar.
Adoro receber as pessoas e servir.
Sempre tive tudo a ver com a área.
Resisti durante muitos anos, porque profissionalmente meus caminhos foram outros.
Também, porque sempre soube que é algo que pede MUITA dedicação e é quase que escravisante (ou escravizante, não sei... hehehe).

Mas, pelas voltas que o mundo dá, não teve jeito...
Acabei entrando no ramo.
Isso mesmo.

Até por isso o Blog anda tão sem movimentação nos últimos tempos.
Alimento dentro de mim, se agora estando dentro do ramo, devo continuar a postar comentando sobre outros lugares. Uma questão de isenção.
Enquanto não defino isso comigo mesmo, quero fazer o convite aos leitores, especialmente àqueles que gostam do assunto.
Se alguém quiser partilhar esse prazer de falar sobre gastronomia, sobre restaurentes, o Blog está aberto para colaboração.

Em breve, quando a "minha casa" estiver um pouco melhor organizada e em condições de convidar os amigos, farei um post a respeito.

Abraços a todos.

Ranieri.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Heinz

Bar Heinz

Rua Lincoln Feliciano nºs 104 a 118
Boqueirão, Santos, SP
Fone (13) 3286-1875

50 anos!!!
O Heinz, tem cinqüenta anos!
Destes, conheço pessoalmente, +ou- a metade.

Sem dúvida e com chance quase ZERO de erro, O MELHOR CHOPP DA CIDADE! Se existir algum melhor, certamente não conheço.
Bar em estilo alemão, com referências bem básicas de alguns dos conhecidos e tradicionais pratos alemães, como o Eisbein, Kassler, Roastbeef e Salsichão, com chucrutes, batatas cozidas ou saladas de batatas.
Tradicionais - salsichão, eisbein, kassler e canapés de roastbeef
Além dos famosos e também tradicionais canapés, principalmente o de Roastbeeef. Conhecido principalmente, para os freqüentadores mais antigos, em especial àqueles que muitas vezes contaram os trocados ao escolher algo para “forrar o estomago” para os chopps, tem o bom tostex.
Novidades - costelinha e caranguejo
TB novidade, marisco lambe lambe
De uns tempos para cá, surgiram no cardápio e passaram a fazer grande sucesso, as costelinhas assadas com batatinhas fritas, marisco lambe-lambe e caranguejo (esses dois só nos finais de semana).

Ostras geladinhas
Dentre várias outras opções.


A decoração e o ambiente na área interna é bem nostálgica, com jeitinho que já foi mais “alemão”. As duas mesas redondas, a maior lá no fundo, e a pequena, no cantinho atrás da porta, já receberam muitos grupos de amigos e muitos casais de namorados. Do lado de fora, as mesas sob o toldo são excelentes para os finais de tarde e típicas do bom happy hour.




A clientela do Heinz é especial. Gente de todas as idades, mas os “balzacos” são maioria. Gente que sabe o que é bom e onde tomar o melhor chopp da cidade. Que me desculpem pelo “merchan”, mas chopp de dia a dia, não tem melhor que o Brahma.


Algo especial no Heinz é a competência (rara na cidade), e a simpatia dos garçons. Todos muito, “gente boa”.  Dentre eles as marcantes presenças do falante, animado e super camarada Rafael, a saudade do Charles, que já se aposentou, o Ednalvo com seu jeitão, e a destacada presença HÁ 46 ANOS, do Zé, que tímido, pouco falante, consegue cativar com seu sempre franco e simpático sorriso. Aos demais peço desculpas por não lembrar, agora, do nome.

O Rafael e o Zé
Como disse, já se vão cerca de 25 anos freqüentando o Heinz e acho pouco provável que serão outros tantos menos.

Quem ainda não foi, tá perdendo.


2011

Que legal.
Mais um ano.
Um que vai e mais um que vem.
No final de 2010 acabei deixando o blog um pouco de lado.
Foi ao mesmo tempo a junção de muitos problemas, trabalho e correria de final de ano, com uma falta de vontade de publicar, meio que inexplicável.
Em 2011 pretendo postar, no minimo uma vez por semana.
Já tenho rascunhos e fotos de uns 10 lugares.
É só ir ajustando os textos e o que acaba dando mais trabalho, selecionar, organizar e trabalhar as fotos.
Vou contar com a colaboração dos leitores (sei que vez por outra alguém lê, hehehe) e aguardar pelos tão ansiados comentários.
Espero também por sugestões de assuntos e lugares.

Bem, vamos lá.
O primeiro lugar a ser comentado, é um dos que mais gosto na cidade.

Um ótimo 2011 para todos.
Muito bons bares, restaurantes, vinhos, cervejas, amigos, etc... e tudo bom.
E que no final de 2011 tenhamos deliciosas memórias de mais um ano que se foi.

Grande abraço.

Ranieri.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

PAQUITO

Porta do Sol
PAQUITO

Avenida São Francisco, 218
Centro, Santos, SP
Fone: (13) 3233-3406

Muitos já viveram e outros tantos já ouviram histórias sobre aquele “lugarzinho” pelo qual não se dá nada e provavelmente não se vai sem que alguém indique ou leve, mas onde a comida é deliciosa.


Ta aí, esse é o Paquito. O apelido típico espanhol para Francisco, é claro, o nome do dono. Um homem de verdadeiras façanhas. O Paquito faz as compras, administra, crias receitas, supervisiona a cozinha, define o cardápio dia a dia, serve, atende, cobra, etc... etc...


Certamente um dos raros lugares da cidade onde se come muito bem, pratos de frutos do mar.


Porta do Sol, nem placa na porta
O Paquito (nome oficial, Porta do Sol), nem placa na porta tem. As mesas ficam nos fundos do bar, com montagem típica dos anos sessenta. Fórmica, vidros canelados, porta de mola atrás do balcão do bar. Pitorescas fotos nas paredes, de mulheres gordas (enormes), desbotadas de tão antigas, dentre outras. Muitas homenagens ao Santos Futebol Clube e um enorme autografo dedicatória do Pelé para o Paquito.

As paredes, o couvert, o cardápio, diferente à cada dia (fotos by Meca Santista)
Mas, a comida... hhhhaaa, a comida.


Meca tailandesa
Polvo a provençal
Com pratos tradicionais da cozinha espanhola, como a Paella, e também polvos, camarões, e tantos outros criados pelo dono.


Bacalhau
Tão famoso na cidade, que diversas das fotos aqui foram retiradas de blogs e páginas que comentam sobre o Paquito. Sem contar que este é o primeiro post com vídeos, TB retirados de outros sites.

Quer chegar, sentar e comer, não chegue depois das 12:00, 12:15. Daí em diante, de segunda a sábado, difícil ficar menos de 20 minutos em fila de espera e alguns chegam a esperar por mais de duas horas, de tanto que vale a pena.


Camarão à quatro queijos borbulhando (by Blog Blogasso do Marcão)


A freqüência é de todo tipo de cliente. Não é nada raro, se encontrar, ou melhor, diariamente estão lá, vários dos expoentes da cidade, políticos, juristas, homens de importação/exportação, alguns estrangeiros trazidos especialmente para conhecer o que é boa comida.

Que não se espere sofisticação, muito pelo contrário. Muitas vezes a simplicidade está também nos pratos, mas até nesta, o Paquito consegue ser especial nos remetendo à comidinha caseira.

Camarão à bahiana
Pescada tailandesa










Banana em calda de maracujá
Muito legal também, é que no preço dos pratos, que servem com fartura de duas a três pessoas, estão incluídas como cortesia e simpatia do Paquito, a sangria de entrada, os patês com torradas de couvert e a deliciosa banana em calda de maracujá de sobremesa.



Enfim, o Paquito, “bomba”!!!

Quem ainda não conhece, que não perca tempo!
Calma, não vai acabar não.
Vai mudar, provavelmente em fevereiro, para poucos metros na mesma calçada. 

Porém, certamente de cara, ambiente e decoração novas.
No entanto duvido que a simplicidade, a simpatia e qualidade da comida, mudem.
Vale a pena conhecer o Paquito tradicional, mas com certeza, valerá a pena conhecer o “novo”.

Não deixem de ir!




terça-feira, 19 de outubro de 2010

Parrilla San Pablo

Rua Tolentino Filgueiras, nº 55
Gonzaga, Santos, SP
Fone (13) 3288-1982

Carne.
A gastronomia santista sempre foi muito fraca quando se trata de carne.
Pra falar a verdade, não só com carne, né.

A única churrascaria rodízio que resiste há anos, “O Tertulia”, já deixou para a história, várias que tentaram entrar no mercado. Churrascaria a la carte do tipo familiar, já surgiram algumas, e só resiste, também há anos, “O Costelão”. Existem alguns “fumacinhas”, e surgiram e já estão sumindo, os “espetinhos”, típicos da zona norte paulistana e de Guarulhos. Não dá para esquecer do mais antigo de todos, “O Chopp do Gonzaga”, sobre o qual já fiz um post especial. Na nova onda de gastronomia de classe, surgiu primeiro o “Puerto de Palos”, sobre o qual, dia desses faço um post.


A novidade, aberta em abril deste ano, é a Parrila San Pablo, casa de três sócios, um paulistano empresário do ramo, e dois santistas.
A casa é muito bonita, instalada num imóvel lindo e com a decoração bem feita.



O serviço é médio. Pra um lugar que se propõe a ser classe A, os garçons podiam ser um pouco melhor treinados e dar um pouco mais de atenção aos clientes.

O cardápio é bem trabalhado e está bem dimensionado para a proposta da casa. A matéria prima, sem dúvida, é de primeira.

O couvert é uma delícia.

Algumas entradas são ótimas, como as empanadas. O típico e famoso “tomate com alcaparrones”, peca por ser meio insosso, principalmente pela falta de um bom chimichurri, que comento mais abaixo. Tem uma fraldinha cozida que faz a gente salivar contando que seja excelente, porém quando chega, decepciona pela falta de expressão e mais uma vez pelo chimichurri.
  
Os acompanhamentos são muito bons, em especial o arroz Biro-Biro e o purê de mandioquinha.

No entanto, o que devia ser o ponto alto, A CARNE, deixa um pouco a desejar.
Não na forma de preparo, textura, nem com relação ao ponto, que das vezes que estive lá, sempre veio do jeito que cada um pediu. Aliás bem legal é a identificação do ponto do corte que vem na “plaquinha”, com a carne.

 Porém, o sabor é que deixa a gente com a sensação de que “ta faltando algo”.
Afora a falta  de um pouco de sal (normal e padrão em restaurante, afinal, neste ponto melhor pecar pela falta do que pelo excesso), a carne não tem aquele SABOR que se espera de um bom churrasco.
Sei lá porque.
Dia desses, um amigo fez esse mesmo comentário e ainda chegou a dizer que carne de “fumacinha”, tem mais sabor do que a de lá.
Eu já provei uns cinco cortes diferentes e realmente, nenhum deles foi aquela sensação de hhhhuuummmm que delícia...
O mais fraco foi o cordeiro. Uma carne que é forte por natureza, de sabor bem característico, tava quase que insossa.

Como disse, é decepcionante o “chimichurri”. Molho típico argentino, combinação de ervas e temperos, que primeiro devem ser secos e desidratados para depois, ser reidratado com vinagre e azeite. Lá, a receita própria, feita com excesso de orégano e as ervas frescas, quebra a característica que o molho deve ter.
Para quem gosta, está esperando sentir aquele determinado sabor e vem outra coisa bem diferente. Enfim, é até um tempero legal, mas não é chimichurri.

As sobremesas são muito boas.

A casa tem uma carta de vinhos bem razoável. Aliás, para a realidade da cultura do vinho na cidade, dá para se dizer que boa. Porém, os preços são salgados. Isso faz com que as pessoas, em função do preço, acabem sempre pedindo as mesmas coisas e esta é bem uma das principais razões porque a cultura do vinho cresce tão devagar em Santos.
Talvez para compensar seus preços salgados, a casa não cobra rolha. Acho isso muito legal da parte deles. Porém, faço a expressa ressalva que isso não sirva de pretexto para alguns abusados levarem numa casa de bom padrão, vinhos de terceira linha só porque a casa não cobra rolha. Isso é inaceitável.


No geral, a casa é boa e vale a pena conhecer.
Ainda voltarei, contando que as deficiências tenham sido superadas e em razão do ambiente que é muito legal e bonito.
Levando-se em conta que um bom restaurante é um conjunto de coisas, como ambiente, serviço, comida, preço, etc..., e mesmo o que deveria ser o mais importante, a carne (deixando um pouco a desejar), no conjunto a casa vale a pena.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Confraria dos 12

Jantar harmonizado da Confraria dos 12
A consagração da informalidade
Por José Alberto Clemente Jr. 


Chef Silvio e sous-chef César
Tudo começa com uma inspiração. O confrade Sílvio Pereira – cujos múltiplos talentos tornam difícil distinguir se é um aviador que cozinha por hobby ou um “chef” que faz estágio entre as nuvens – é dominado por uma convicção poderosa. ( - No próximo, vou fazer cassoulet... ou bouillabaisse... ou ambos, mas tem que ser no inverno!)




 A partir de então, haverá um tempo de maturação. Os confrades, em seus diversos ofícios, sempre atarefados, vão nutrindo parcimoniosamente aquela convicção, até que se chega ao consenso. ( - Já estamos há muito tempo sem promover um jantar, para quando vai ser esse cassoulet que já está encantado...).
 
Nesse momento, uma conversa rápida com o confrade Carlos e a data e o lugar estão garantidos. Não é à-toa que nossa dileta Confraria tem suas reuniões na Enoteca Decanter, onde somos recebidos sempre amistosamente, com aquele jeito de nos mostrar, sem precisar de palavras, que somos “da casa”.
Sem a necessidade de reuniões ou discussões, as engrenagens começam a se mover, e parece que todos sabem intuitivamente o que fazer. Sílvio cuida das panelas, o que quer dizer que fica encarregado de elaborar o cardápio e preparar todas as delícias da noite, desde a entrada até a sobremesa (não nos esqueçamos do confrade Celso, neste particular). Ajudam-no, na logística, nosso inestimável Salu, e na execução, quem a isso se dispuser, os mais frequentes sendo o sempre solícito e desembaraçado César e nossa somellière Cláudia, que também encabeça a escolha dos vinhos.

Rubens, Adriana, Carolina, Antonio, Ricardo, Ranieri, Thiago, Cláudia, Mara, Silvia, Ivo e Eduardo
No jantar de 27 de setembro último, esse script foi seguido à risca. Aliás, a comparação não é perfeita. Assemelha-se mais a uma jazz band que, de tanto entendimento mútuo, sente-se livre para improvisar sem receio de desafinar – e que, por isso, os músicos iniciantes ficam à vontade para também contribuir com seus acordes. E, assim, naquela noite, tivemos o prazer de contar, pela primeira vez em um evento como esse, com os acordes de alguns confrades novos, como Ranieri, Rodrigo e Rubens, além do Thiago, sommelier, e do Ricardo, chef titular da Enoteca Decanter, que se amalgamaram à perfeição na Confraria.

Depois da recepção, com espumante nacional Rondinée e Prosecco Bedin e gentilmente servida pelo amável Fabrício, foi servida Salada Niçoise de entrada, que, como esclarecia o cardápio elaborado pelo chef Sílvio, consistia em mix de folhas e vegetais, acompanhada de atum fresco grelhado, em uma “releitura daquela servida no Hotel Le Grimaldi, em Nice, Cote d’Azur”.  A harmonização proposta foi um vinho branco da Toscana, Cesani Vernaccia de San Gimignano 2008, cujo frescor e leveza adaptaram-se perfeitamente à entrada.

Bouillabaisse

O primeiro prato foi a Bouillabaisse, mais uma receita típica do Sul da França, que é um guisado preparado à base de peixes brancos sortidos, filetes de peixe, frutos do mar diversos,  vegetais e ervas aromáticas. Na esplêndida interpretação do chef, vinha escoltada por uma torrada com um molho especial incorporado pelo César, combinação que tinha tudo para ser o ponto alto da noite. O vinho escolhido para emoldurar essa criação foi o Chablis Alain Geoffroy Vielle Vignes 2008, um casamento (maridage) perfeito, proposto pela enoamiga Cláudia.

 
nosso cassoulet "perfeito"
A pièce de résistance dessa noite francesa foi o Cassoulet, na sua versão tradicional, com carnes suínas, pato e feijões brancos. A harmonização foi proposta pelo Carlos, uma surpresa do catálogo da Decanter: um Ribeira del Duero vivo e potente, que domou a gordura do maigret (Confit de canard) e ressaltou as maiores qualidades da culinária meridional francesa. Era o Arzuaga Crianza 2006, uma assemblage da vigorosa Tempranillo com as elegantes Cabernet Sauvignon e Merlot, em uma harmonização que perdia – por muito pouco – para a ambrosia e o néctar dos olímpicos.

Sacher Torte e Tarte au Poir Chaude
Por fim, as sobremesas – sim, no plural! Na mesma apresentação, estavam a Sacher Torte (“livre interpretação daquela servida no Lê Grand Hotel Casino Monte-Carlo”, como minuciosamente informava o cardápio)e a Tarte au Poir Chaude, torta de peras sobre massa folhada, típica da região da Cote d’Azur, que ficou não menos que deliciosa com o vinho de sobremesa escolhido na hora mesmo, o Caprili Moscadello di Montalcino 2008, com delicadas notas florais e ligeiramente cítrico, par perfeito para a Tarte.



Todos os pratos preparados pelo chef Sílvio e seu sous-chef  César (com o auxílio de dois membros do staff da Decanter, Felipe e Robson, e servido com toda a cortesia pelos confrades Eduardo e Marcelo (além deste escriba, se esforçando para não sujar a roupa de ninguém!);com destaque para o auxílio sempre presente dos confrades Antonio e Ivo e das consórores (coitadas, ninguém merece ser chamada assim) Adriana, Carolina, Mara e Sílvia. E sem que tenha havido um percalço, um tropeço que fosse: a excelência da improvisação teria impressionado o próprio Miles Davies.

Na verdade, o segredo da Confraria não é o improviso apenas aparente (porque toda a parte gastronômica é milimetricamente organizada e planejada pelo chef Sílvio), mas a descontração. Como será possível que, em um ambiente tão descontraído, sem que haja uma autoridade ou alguém no comando, tudo funcione tão a contento? É essa precisão fluida, essa espontaneidade, que faz desses eventos ocasiões mágicas.
Há quem diga que a culinária foi uma das primeiras manifestações culturais dos humanos primitivos. Assim que dominou o fogo, a primeira fronteira tecnológica conquistada, o homem das cavernas já o utilizou para sua segurança e para o preparo do alimento. Por esse motivo, a imagem das pessoas em torno do alimento, ou do fogo sagrado, tem um simbolismo que remonta ao alvorecer da espécie. O ser humano, esse indivíduo eminentemente social, reencontra-se com seus antepassados nessas ocasiões, e uma centelha mágica surge, para recordar a todos como é gratificante fazer parte de um grupo – unido, coeso, de pessoas que se admiram e se estimam.

Assim são os jantares da Confraria dos 12, e esse não poderia ter sido diferente.





Confraria dos 12 
 Postagem original em www.enoamigos.com

NOTA DO BLOG: Tive o prazer de ser recebido por este grupo muito especial como confrade, e neste dia, não poderia haver palavra melhor para definir o momento do que PRIVILÉGIO, na acepção de "oportunidade ou concessão especial para realizar algo muito desejado ou valorizado; sorte, felicidade (houaiss)"  Ranieri.