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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Parrilla San Pablo

Rua Tolentino Filgueiras, nº 55
Gonzaga, Santos, SP
Fone (13) 3288-1982

Carne.
A gastronomia santista sempre foi muito fraca quando se trata de carne.
Pra falar a verdade, não só com carne, né.

A única churrascaria rodízio que resiste há anos, “O Tertulia”, já deixou para a história, várias que tentaram entrar no mercado. Churrascaria a la carte do tipo familiar, já surgiram algumas, e só resiste, também há anos, “O Costelão”. Existem alguns “fumacinhas”, e surgiram e já estão sumindo, os “espetinhos”, típicos da zona norte paulistana e de Guarulhos. Não dá para esquecer do mais antigo de todos, “O Chopp do Gonzaga”, sobre o qual já fiz um post especial. Na nova onda de gastronomia de classe, surgiu primeiro o “Puerto de Palos”, sobre o qual, dia desses faço um post.


A novidade, aberta em abril deste ano, é a Parrila San Pablo, casa de três sócios, um paulistano empresário do ramo, e dois santistas.
A casa é muito bonita, instalada num imóvel lindo e com a decoração bem feita.



O serviço é médio. Pra um lugar que se propõe a ser classe A, os garçons podiam ser um pouco melhor treinados e dar um pouco mais de atenção aos clientes.

O cardápio é bem trabalhado e está bem dimensionado para a proposta da casa. A matéria prima, sem dúvida, é de primeira.

O couvert é uma delícia.

Algumas entradas são ótimas, como as empanadas. O típico e famoso “tomate com alcaparrones”, peca por ser meio insosso, principalmente pela falta de um bom chimichurri, que comento mais abaixo. Tem uma fraldinha cozida que faz a gente salivar contando que seja excelente, porém quando chega, decepciona pela falta de expressão e mais uma vez pelo chimichurri.
  
Os acompanhamentos são muito bons, em especial o arroz Biro-Biro e o purê de mandioquinha.

No entanto, o que devia ser o ponto alto, A CARNE, deixa um pouco a desejar.
Não na forma de preparo, textura, nem com relação ao ponto, que das vezes que estive lá, sempre veio do jeito que cada um pediu. Aliás bem legal é a identificação do ponto do corte que vem na “plaquinha”, com a carne.

 Porém, o sabor é que deixa a gente com a sensação de que “ta faltando algo”.
Afora a falta  de um pouco de sal (normal e padrão em restaurante, afinal, neste ponto melhor pecar pela falta do que pelo excesso), a carne não tem aquele SABOR que se espera de um bom churrasco.
Sei lá porque.
Dia desses, um amigo fez esse mesmo comentário e ainda chegou a dizer que carne de “fumacinha”, tem mais sabor do que a de lá.
Eu já provei uns cinco cortes diferentes e realmente, nenhum deles foi aquela sensação de hhhhuuummmm que delícia...
O mais fraco foi o cordeiro. Uma carne que é forte por natureza, de sabor bem característico, tava quase que insossa.

Como disse, é decepcionante o “chimichurri”. Molho típico argentino, combinação de ervas e temperos, que primeiro devem ser secos e desidratados para depois, ser reidratado com vinagre e azeite. Lá, a receita própria, feita com excesso de orégano e as ervas frescas, quebra a característica que o molho deve ter.
Para quem gosta, está esperando sentir aquele determinado sabor e vem outra coisa bem diferente. Enfim, é até um tempero legal, mas não é chimichurri.

As sobremesas são muito boas.

A casa tem uma carta de vinhos bem razoável. Aliás, para a realidade da cultura do vinho na cidade, dá para se dizer que boa. Porém, os preços são salgados. Isso faz com que as pessoas, em função do preço, acabem sempre pedindo as mesmas coisas e esta é bem uma das principais razões porque a cultura do vinho cresce tão devagar em Santos.
Talvez para compensar seus preços salgados, a casa não cobra rolha. Acho isso muito legal da parte deles. Porém, faço a expressa ressalva que isso não sirva de pretexto para alguns abusados levarem numa casa de bom padrão, vinhos de terceira linha só porque a casa não cobra rolha. Isso é inaceitável.


No geral, a casa é boa e vale a pena conhecer.
Ainda voltarei, contando que as deficiências tenham sido superadas e em razão do ambiente que é muito legal e bonito.
Levando-se em conta que um bom restaurante é um conjunto de coisas, como ambiente, serviço, comida, preço, etc..., e mesmo o que deveria ser o mais importante, a carne (deixando um pouco a desejar), no conjunto a casa vale a pena.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Confraria dos 12

Jantar harmonizado da Confraria dos 12
A consagração da informalidade
Por José Alberto Clemente Jr. 


Chef Silvio e sous-chef César
Tudo começa com uma inspiração. O confrade Sílvio Pereira – cujos múltiplos talentos tornam difícil distinguir se é um aviador que cozinha por hobby ou um “chef” que faz estágio entre as nuvens – é dominado por uma convicção poderosa. ( - No próximo, vou fazer cassoulet... ou bouillabaisse... ou ambos, mas tem que ser no inverno!)




 A partir de então, haverá um tempo de maturação. Os confrades, em seus diversos ofícios, sempre atarefados, vão nutrindo parcimoniosamente aquela convicção, até que se chega ao consenso. ( - Já estamos há muito tempo sem promover um jantar, para quando vai ser esse cassoulet que já está encantado...).
 
Nesse momento, uma conversa rápida com o confrade Carlos e a data e o lugar estão garantidos. Não é à-toa que nossa dileta Confraria tem suas reuniões na Enoteca Decanter, onde somos recebidos sempre amistosamente, com aquele jeito de nos mostrar, sem precisar de palavras, que somos “da casa”.
Sem a necessidade de reuniões ou discussões, as engrenagens começam a se mover, e parece que todos sabem intuitivamente o que fazer. Sílvio cuida das panelas, o que quer dizer que fica encarregado de elaborar o cardápio e preparar todas as delícias da noite, desde a entrada até a sobremesa (não nos esqueçamos do confrade Celso, neste particular). Ajudam-no, na logística, nosso inestimável Salu, e na execução, quem a isso se dispuser, os mais frequentes sendo o sempre solícito e desembaraçado César e nossa somellière Cláudia, que também encabeça a escolha dos vinhos.

Rubens, Adriana, Carolina, Antonio, Ricardo, Ranieri, Thiago, Cláudia, Mara, Silvia, Ivo e Eduardo
No jantar de 27 de setembro último, esse script foi seguido à risca. Aliás, a comparação não é perfeita. Assemelha-se mais a uma jazz band que, de tanto entendimento mútuo, sente-se livre para improvisar sem receio de desafinar – e que, por isso, os músicos iniciantes ficam à vontade para também contribuir com seus acordes. E, assim, naquela noite, tivemos o prazer de contar, pela primeira vez em um evento como esse, com os acordes de alguns confrades novos, como Ranieri, Rodrigo e Rubens, além do Thiago, sommelier, e do Ricardo, chef titular da Enoteca Decanter, que se amalgamaram à perfeição na Confraria.

Depois da recepção, com espumante nacional Rondinée e Prosecco Bedin e gentilmente servida pelo amável Fabrício, foi servida Salada Niçoise de entrada, que, como esclarecia o cardápio elaborado pelo chef Sílvio, consistia em mix de folhas e vegetais, acompanhada de atum fresco grelhado, em uma “releitura daquela servida no Hotel Le Grimaldi, em Nice, Cote d’Azur”.  A harmonização proposta foi um vinho branco da Toscana, Cesani Vernaccia de San Gimignano 2008, cujo frescor e leveza adaptaram-se perfeitamente à entrada.

Bouillabaisse

O primeiro prato foi a Bouillabaisse, mais uma receita típica do Sul da França, que é um guisado preparado à base de peixes brancos sortidos, filetes de peixe, frutos do mar diversos,  vegetais e ervas aromáticas. Na esplêndida interpretação do chef, vinha escoltada por uma torrada com um molho especial incorporado pelo César, combinação que tinha tudo para ser o ponto alto da noite. O vinho escolhido para emoldurar essa criação foi o Chablis Alain Geoffroy Vielle Vignes 2008, um casamento (maridage) perfeito, proposto pela enoamiga Cláudia.

 
nosso cassoulet "perfeito"
A pièce de résistance dessa noite francesa foi o Cassoulet, na sua versão tradicional, com carnes suínas, pato e feijões brancos. A harmonização foi proposta pelo Carlos, uma surpresa do catálogo da Decanter: um Ribeira del Duero vivo e potente, que domou a gordura do maigret (Confit de canard) e ressaltou as maiores qualidades da culinária meridional francesa. Era o Arzuaga Crianza 2006, uma assemblage da vigorosa Tempranillo com as elegantes Cabernet Sauvignon e Merlot, em uma harmonização que perdia – por muito pouco – para a ambrosia e o néctar dos olímpicos.

Sacher Torte e Tarte au Poir Chaude
Por fim, as sobremesas – sim, no plural! Na mesma apresentação, estavam a Sacher Torte (“livre interpretação daquela servida no Lê Grand Hotel Casino Monte-Carlo”, como minuciosamente informava o cardápio)e a Tarte au Poir Chaude, torta de peras sobre massa folhada, típica da região da Cote d’Azur, que ficou não menos que deliciosa com o vinho de sobremesa escolhido na hora mesmo, o Caprili Moscadello di Montalcino 2008, com delicadas notas florais e ligeiramente cítrico, par perfeito para a Tarte.



Todos os pratos preparados pelo chef Sílvio e seu sous-chef  César (com o auxílio de dois membros do staff da Decanter, Felipe e Robson, e servido com toda a cortesia pelos confrades Eduardo e Marcelo (além deste escriba, se esforçando para não sujar a roupa de ninguém!);com destaque para o auxílio sempre presente dos confrades Antonio e Ivo e das consórores (coitadas, ninguém merece ser chamada assim) Adriana, Carolina, Mara e Sílvia. E sem que tenha havido um percalço, um tropeço que fosse: a excelência da improvisação teria impressionado o próprio Miles Davies.

Na verdade, o segredo da Confraria não é o improviso apenas aparente (porque toda a parte gastronômica é milimetricamente organizada e planejada pelo chef Sílvio), mas a descontração. Como será possível que, em um ambiente tão descontraído, sem que haja uma autoridade ou alguém no comando, tudo funcione tão a contento? É essa precisão fluida, essa espontaneidade, que faz desses eventos ocasiões mágicas.
Há quem diga que a culinária foi uma das primeiras manifestações culturais dos humanos primitivos. Assim que dominou o fogo, a primeira fronteira tecnológica conquistada, o homem das cavernas já o utilizou para sua segurança e para o preparo do alimento. Por esse motivo, a imagem das pessoas em torno do alimento, ou do fogo sagrado, tem um simbolismo que remonta ao alvorecer da espécie. O ser humano, esse indivíduo eminentemente social, reencontra-se com seus antepassados nessas ocasiões, e uma centelha mágica surge, para recordar a todos como é gratificante fazer parte de um grupo – unido, coeso, de pessoas que se admiram e se estimam.

Assim são os jantares da Confraria dos 12, e esse não poderia ter sido diferente.





Confraria dos 12 
 Postagem original em www.enoamigos.com

NOTA DO BLOG: Tive o prazer de ser recebido por este grupo muito especial como confrade, e neste dia, não poderia haver palavra melhor para definir o momento do que PRIVILÉGIO, na acepção de "oportunidade ou concessão especial para realizar algo muito desejado ou valorizado; sorte, felicidade (houaiss)"  Ranieri.


sábado, 2 de outubro de 2010

Okumura Temakeria


Rua da Paz, nº 17 Santos, SP,
CEP 11045-520
 Fone - (13) 3877-9194


Algo muito interessante que descobri com este blog é o quanto a cozinha japonesa está em alta. Até começar a criar este post o blog tinha  2376 visitas e só o post Comida Japonesa tinha 328 visualizações e era o mais visto (considerando que estas visualizações são aquelas em que só a página do post é aberta, afora a visualização dele na página de entrada).

Bem verdade que o Comida Japonesa é um post bem legal, onde de uma vez comento vinte restaurantes japoneses da região.

Dentre eles, com um comentário elaborado em 28-06-2010 eu dizia o seguinte sobre o Okumura:

"Apesar de especializado em temakis, serve sushi, sashimi e pratos quentes, a la carte. Lugar pequeno e apertado, com decoração meio “quebra galho”. Point de badalação. Boa comida, serviço deixa um pouca a desejar."

Como quando escrevi isto fazia tempo que não ia na casa, acabei falando pouco sobre a comida. Faz mesmo muita diferença escrever logo após ir em algum lugar.

Estive há pouco no Okumura, sozinho, numa quarta feira à noite, depois de um compromisso de trabalho ali perto. Fui lá PQ estava com fome e já há tempos queria voltar na casa.

Sem dúvida, continua pequeno, cheio e apertado, com serviço médio e lugar de badalação, mas não dá para deixar de dizer que a comida estava EXCELENTE! 

Encontrei com três colegas advogados famosos e dois juízes. Além disso TB estavam por lá mais uns 3 ou 4 que costumam frequentar as colunas sociais eletrônicas da cidade. Ou seja, o lugar é mesmo de badalação.

Até mesmo para avaliar, pedi algumas coisas bem básicas e padrão. Acho que talvez o blog esteja começando a influenciar meu apetite... hehehe. Em todos os lugares que vou fico "analisando" tudo, para depois comentar.
Primeiro um temaki de atum, depois fiquei curioso sobre algo que um conhecido comia no balcão na minha frente e pedi um Ceviche Mix, mais um típico temaki de salmão com maionese e cebolinha e para terminar um de salmão puro.

Os peixes, perfeitos! Frescos e servidos bem frios, como deve ser. Bem verdade que os pedaços talvez um pouco grandes e o temaki precisava ter a alga mais crocante e ser melhor fechado, pois vai se desmanchando e dá trabalho para comer até o final sem ficarem caindo pedaços. Porém, sem dúvida, estavam DELICIOSOS.

Mas, destaco o CEVICHE MIX. 
Peixe branco, polvo, lula e camarão, em limão e temperos.
Muito bom mesmo. Não vejo a hora de levar minha querida, amada e idolatrada esposa para experimentar, e claro, comer de novo!
 

Outra coisa bem legal foi conhecer o Nigori, que, como diz a Wikipédia "é normalmente o mais doce dos saquês, com um cheiro frutado e um sabor suave, que o tornam uma bebida adequada para acompanhar pratos condimentados ou para ser consumida como digestivo". É um tipo de saque não filtrado, de sabor marcante e que dá para se dizer que quase que tem "corpo" (como alguns vinhos). De cor leitosa, algo diferente dos saques normais. 

Enfim, comer no Okumura é uma delicia e vale a pena.

Recomendo.